The greater recognition that the process of internationalization of higher education has been immersed in a competitive, economy-oriented paradigm highlights the importance of projects that can potentially contribute to (re)imagining alternatives to this dominant model. Initiatives pursued by higher education institutions from the Global South might shed light on how to link internationalization with relevant global social justice, disrupting the global imaginary. This proposal presents insights on principles to be considered in international academic relations aimed at recognizing the epistemic plurality of the world, taking as a reference the existing cooperation between the Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Brazil, and the Universidade Nacional Timor Lorosa'e (UNTL), East Timor, for over fifteen years. 

Even though extension (outreach) is on the margins of the internationalization process of higher education, being far from the levels of teaching and research (Souza, 2024), we can trace cross-border extension initiatives that show that it is possible to 'internationalize  otherwise' (Stein, 2019). One example of an international extension project is the Mozambique Electronic Identity and Public Key Infrastructure (ICP-MZ), which seeks to impact the lives of Mozambican citizens positively. Through a technical cooperation agreement between the Federal University of Santa Catarina (UFSC), the National Institute of Information and Communication Technologies (INTIC) of Mozambique, and the Federal Institute of Rio Grande do Sul (IFRS), the project aims at specifying, implementing, and maintaining the Public Key Infrastructure (PKI) of the government of Mozambique. The PKI guarantees authenticity and security for digital signature processes, certificate issuance, and identity cards, and individuals and legal entities can use it. The infrastructure is being developed using open-source technology, not leaving Mozambique with a technological dependence on any other country or international organization. Implementing a digital certification infrastructure in a country that was colonized for many centuries and went through a civil war, presenting major social and infrastructure issues nowadays, can be a way to empower citizens, especially those who do not have the means to access their rights fully. In addition, after the implementation, Mozambique is committed to carrying out the initiative in another country on the African continent. At the same time that Brazil is helping Mozambique to develop its PKI, what is being developed by both countries will also be a model for Brazil.

While the internationalization of higher education has long been treated in terms of unconditional good, this field of research finally recognizes that alongside the benefits of this process there are a series of ethical and political issues that are contradictory and contestable. South-South cooperation is thus positioned as a means to subvert the negative consequences of internationalization, being often associated with principles such as autonomy, equity, complementarity, and valorization of local experiences, identities, and realities. However, there are still few empirical studies aimed at analysing whether academic relations established between the South are indeed horizontal. This proposal presents a bibliographical research focused on the state of knowledge on South-South cooperation in the context of the internationalization of higher education. Results lead to a series of reflections on the very essence of internationalization, pointing to the need for a paradigm shift so that more cooperative ways of relating internationally in higher education are possible.

O sistema de saúde em Moçambique enfrenta desafios de sustentabilidade e eficiência na prestação de serviços à população. Diversos fatores influenciam a capacidade do sistema, dentre eles a infraestrutura inadequada, a baixa oferta de serviços de saúde básicos e dificuldade de acesso a estes. Nesse contexto, uma questão crucial e um dos obstáculos mais significativos é a falta de profissionais qualificados. Frente à escassez de profissionais de saúde em Moçambique, a Fundação Oswaldo Cruz – reconhecendo os inúmeros laços que ligam o Brasil ao continente africano e, mais especificamente, aos países de língua portuguesa – mantém uma relação de cooperação estruturante com o Instituto Nacional de Saúde (INS) para a formação de profissionais que atuarão no serviço público.
A Fiocruz, instituição com 124 anos, desenvolve atividades no campo da formação e treinamento, pesquisa, produção e oferta de serviços de saúde e é considerada Centro Colaborador para Saúde Global e Cooperação Sul-Sul da OMS. O INS, por sua vez, é instituição técnico-científica pública, entidade de gestão, regulamentação e fiscalização das atividades relacionadas à geração de evidência científica em saúde para a garantia de uma melhor saúde e bem-estar em Moçambique.
A exposição tem como objetivo apresentar as diversas iniciativas lideradas pela Fiocruz para a capacitação de profissionais de saúde em Moçambique. A intenção é contribuir para a organização e institucionalização dos programas de pós-graduação e de estruturas próprias no país, de modo que essa formação continue sendo oferecida ao longo dos anos com recursos e capacidade nacional. Assim, busca-se assegurar a sustentabilidade da qualificação da força de trabalho, essencial para o sistema de saúde, mesmo após o término da cooperação.
Ao longo dos últimos 16 anos a Fiocruz formou cerca de 70 mestres e doutores, que passaram a ocupar lugares de destaque no sistema de saúde do país. Serão apresentadas as temáticas e modalidades de formação ofertadas no período de 2008 a 2024 por consórcios de programas de pós-graduação de diferentes Unidades da Fiocruz e com diferentes formas de financiamento, sendo o mais recente o edital COOPBRASS da CAPES. Atualmente, encontram-se em formação 42 mestrandos e doutorandos por meio de metodologias inovadoras de ensino que proporcionam uma aprendizagem flexível e adaptável.
Dentre os impactos dessa cooperação estruturante, pode-se destacar a melhoria da capacidade de Moçambique em responder às necessidades em saúde da população e, contribuindo para o fortalecimento do INS e do Sistema de Saúde local, por meio do incremento no número de profissionais formados. Há que se destacar o importante retorno para a Fiocruz, representado pelo amadurecimento da colaboração já existente, pelo cumprimento de sua missão de formar profissionais que contribuirão com desenvolvimento e implantação de processos e ações formativas locais. Destaca-se, ainda, o ganho institucional representado pelo aprimoramento da gestão interna dos diversos processos e de visibilidade internacional pelas ações de cooperação promovidas.

Como impulsionar a mobilidade e a interação internacionais diante das conhecidas dificuldades orçamentárias? O Escritório de Cooperação Internacional da Universidade Estadual de Maringá (ECI) tem oferecido, dentre outros serviços, o radar de editais, gerenciado pela Divisão de Projetos. Esse serviço divulga oportunidades internacionais como editais, chamadas, financiamentos, bolsas de estudo, fundos, que possam estabelecer vínculos entre a comunidade acadêmica e pessoas/instituições/organizações ao redor do mundo. Este serviço tem ajudado a atenuar impedimentos e incrementar as oportunidades. Para isso, é realizada busca ativa entre universidades parceiras, instituições reconhecidas e sistemas de divulgação. São divulgadas oportunidades que permitem a candidatura de alunos de graduação e pós-graduação, docentes e funcionários da UEM. Não são contempladas vagas para cursos realizados integralmente no exterior ou que não haja vinculação institucional. A estratégia de divulgação e alcance das oportunidades identificadas consiste na sua divulgação aos alunos de graduação, pós-graduação e pós-doutorado nas mídias sociais e na página do ECI, e aos docentes  projetos temáticos por mailing list aos setores interessados. O levantamento das oportunidades divulgadas entre maio de 2023 a agosto de 2024, revelaram 48 oportunidades em 2023 e 95 em 2024, compreendendo todas as regiões mundiais, sendo observada uma maior concentração na Europa, América Latina e América Anglo-saxônica. Em 2023, 52,1% das vagas foram para Europa, 27,1% para América Latina, 8,3% para América Anglo-saxônica, 6,3% para Oriente Médio, 4,2% Ásia e 2,1% África. Em 2024, houve uma mudança de perfil das vagas, sendo que 45,3% foram para América Latina, 24,2% para Europa, 22,1% para América Anglo-saxônica, 4,2% para Oriente Médio, 3,2% para Ásia e 1,1% para Oceania. Foram contabilizados editais e oportunidades, não considerando o número de vagas. Assim, países que disponibilizaram muitas vagas em um único meio de ingresso foram contabilizados apenas uma vez. Com relação aos tipos de vagas, a maior parte delas, em 2023, foram para professor visitante (21,2%) e pós-doutorado (18,8%), enquanto em 2024 o maior número de oportunidades estava na graduação (29,3%), seguido de professor visitante (18,7%). A maior diferença entre os anos observados foi o aumento na oferta de vagas na graduação. A maior parte das vagas contempla todas as áreas do conhecimento (63,3% em 2023 e 61,7% em 2024). O aumento de oportunidades de 2024 em comparação ao ano de 2023 pode ser explicado pelo aquecimento das mobilidades em um cenário mundial na retomada da pandemia e pelo aumento da eficiência do processo de busca ativa, com uma maior inserção em redes internacionais. O aumento nas oportunidades da América Latina pode ser resultado de políticas institucionais de fomento a parcerias regionais e o aumento de vagas disponibilizadas por redes de parcerias, como INILAT e Rede Zicosur. Este serviço prestado pelo ECI, alinhado à política institucional de incentivo à internacionalização, tem estimulado a comunidade interna da UEM a investir na carreira internacional pela visibilização de oportunidades, resultando em um aumento de mobilidade, projetos em parceria e acordos institucionais.

A Pandemia de Covid-19 se configura em um importante determinante histórico a ser considerado nos estudos e pesquisas sobre educação, e especialmente sobre internacionalização da educação superior. Dessa forma neste estudo nos preocuparemos em responder à pergunta: como está sendo desenvolvida a internacionalização no contexto pós pandêmico em universidades latino-americanas?
Assim, nessa perspectiva, a presente pesquisa tem como objetivo geral analisar a internacionalização de universidades latino-americanas no contexto pós pandemia de Covid-19; e para tanto assume-se os seguintes objetivos específicos:
a)compreender como universidades latino-americanas tiveram seu processo de internacionalização influenciado pela pandemia de Covid-19;
b)identificar a internacionalização em casa nos documentos institucionais desenvolvidos em universidades latino-americanas no período pós pandemia; 
c)traçar um panorama das produções acadêmicas latino-americanas sobre internacionalização da educação superior publicadas no período pós pandemia de Covid-19 (2021-2023); e 
d)refletir sobre o processo de internacionalização em universidades latino-americanas no contexto pós pandêmico.
A pesquisa foi qualitativa de caráter exploratório com a coleta de dados realizada por meio da aplicação de questionário, de análise documental e análise/pesquisa bibliográfica.
O questionário teve como objetivo coletar dados sobre a internacionalização desenvolvida em universidades buscando identificar as repercussões/alterações no período pós pandemia de covid-19. O questionário foi aplicado de forma online por meio da plataforma "Survey Monkey" à professores e/ou gestores de 13 universidades latino-americanas públicas e privadas.
A partir dos dados obtidos na presente pesquisa é possível afirmar que as instituições pesquisadas sofreram impactos significativos nas ações de internacionalização, que durante o período de Pandemia de Covid-19 reduziram consideravelmente essas atividades, mas que em um contexto pós pandêmico já retomaram essas atividades alcançando o mesmo patamar que era realizando antes da Pandemia. Assim as instituições investigadas demonstram que a retomada na execução das ações de internacionalização foi gradual e que ainda se encontra em curso.
Com base nos dados obtidos no levantamento de publicações na base de dados do SciELO é possível afirmar que, no período pós-pandêmico de 2021 a 2023 a produção acadêmica na América Latina sobre internacionalização da educação superior abordou diversos assuntos, mas principalmente a mobilidade e as políticas de internacionalização.
Constatou-se que a Internacionalização em Casa-IaH apareceu nas normativas de forma isolada e pontual, restrita a uma única menção do termo e/ou do conceito, sendo que quando o conceito foi descrito, foi de forma breve constando a indicação no texto do autor e ano, mas sem a referência completa da obra.
O contexto pós-pandêmico para as universidades envolvidas na pesquisa está se apresentando como um período em que as atividades de internacionalização estão sendo retomadas levando-se em consideração as experiências vividas e as mudanças geradas pelas necessidades impostas pela Pandemia de Covid-19. As ações de internacionalização realizadas por intermédio dos formatos remoto, virtual e online receberam uma atenção especial e destaque até então não alcançados e que ganham ainda mais importância por serem estratégias que possibilitam a participação efetiva em atividades de internacionalização por um grupo ainda maior garantindo a democratização e acesso à internacionalização.