O objetivo desta apresentação é discutir desafios e possibilidades na gestão do programa PEC-PLE em nível local, considerando o contexto de uma universidade federal no sudeste do Brasil. Nesse sentido, a partir de um relato de experiências de membros de um setor de relações internacionais da universidade em questão, destacamos as principais dificuldades (de aprendizado, registro na universidade, acolhimento, integração) e alternativas desenvolvidas em nível local, de forma a proporcionar um melhor acolhimento/acompanhamento de estudantes estrangeiros. A partir desse relato, esperamos contribuir com discussões nacionais sobre melhores práticas para a gestão de programas de mobilidade IN em universidades brasileiras

A partir de 1990, iniciou-se de maneira mais organizada e sistemática o envio de brasileiros para o exterior, principalmente de graduandos. As universidades brasileiras passam a fazer parte dos programas de mobilidade, e mais adiante, com reciprocidade (Stallivieri, 2017). Com o aumento da mobilidade estudantil internacional, a partir de 1960, e as implicações desse crescimento para a orientação do status desses estudantes no país, era necessário padronizar as condições do ensino estudantil e garantir um tratamento uniforme aos alunos por parte das universidades. Em 1965, foi estabelecido o primeiro Protocolo do Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G), sendo a África o continente de origem da maior parte dos estudantes. Também foi instituído um preparatório de português para esses estudantes se prepararem para o exame Celpe-Bras e o ingresso na graduação em uma IES brasileira. Em 2024, a Universidade Estadual de Maringá (UEM) se tornou Centro Aplicador do Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (Celpe-Bras) e recebeu estudantes do Programa de Estudante-Convênio de Português como Língua Estrangeira (PEC-PLE). Este programa é um curso de introdução à língua portuguesa oferecido aos participantes do PEC-G. Essas iniciativas fazem parte do processo contínuo de internacionalização da universidade, que busca mudanças organizacionais, inovação curricular, desenvolvimento profissional tanto do corpo docente quanto da equipe administrativa, e desenvolvimento da mobilidade acadêmica com o intuito de buscar intercâmbios em termos de pesquisa, docência e em outras atividades funcionais da universidade (Rudzki, 1998). Neste contexto, as línguas estrangeiras/adicionais desempenham um papel fundamental tanto no cenário acadêmico quanto na vida social dos estudantes envolvidos nesse processo. Dentro deste contexto, temos como objetivo contextualizar os avanços e desafios do projeto de Português como Língua Adicional (PLA) na UEM com os estudantes de PEC-PLE, especificamente. O PLA está vinculado ao Programa de Integração Estudantil (PROINTE), com cooperação e implementação de atividades por docentes e acadêmicos de graduação e pós-graduação em Letras. Há apoio também do Escritório de Cooperação Internacional (ECI). Reconhecemos como avanços nas aulas do PEC-PLE: melhoria na compreensão auditiva e um repertório linguístico e sociocultural amplo, permitindo a comunicação em situações cotidianas com menos hesitação; boa interação entre os participantes, mesmo com grandes diferenças culturais; maior segurança na comunicação; foco nas competências e gêneros textuais exigidos pelo CELPE-BRAS; compreensão sobre questões sociais que divergem muitas vezes do seu conhecimento do mundo, ajudando-os a compreender a cultura local, dentre outros. Reconhecemos como desafios:a preparação de material didático e o uso dos já disponíveis; a formação de professores de PLA; dificuldades socioeconômicas dos estudantes afetam seus estudos e experiências no dia-a-dia; dentre outras. Com essas reflexões, esperamos contribuir com uma discussão de uma política de internacionalização que está significando aprendizagem da linguagem pelos estudantes, pelos professores e coordenadores, assim como para a universidade.

Revisitando o PPC Referência do curso FIC  para o Programa PEC PLE  - preparação para o Celpe Bras - do IFPB
Proposta de PPC Referência do Curso FIC- CLIPE do Programa  PEC-PLE no IFPB


Revisitar um Plano Pedagógico de Curso (PPC) referência é um desafio para os envolvidos em um processo de ensino aprendizagem, principalmente quando o seu público-alvo é oriundo de um sistema educacional, língua e cultura diferentes.
A atualização da proposta curricular com conteúdos, metodologia e recursos didático-pedagógicos são capazes de promover o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem de forma  sistematizada, didática, humanizada e  participativa na preparação dos estudantes estrangeiros para a prova do Celpe-Bras com fins de ingresso no ensino superior - carga horária de 400 horas presenciais e 150 horas de aulas remotas. 
O Curso FIC foi desenhado com uma matriz curricular que  aborda a cultura brasileira (tradição, riqueza, curiosidades); os componentes curriculares voltados para habilidades da produção oral e escrita (compreensão e conversação, leitura e produção de gêneros textuais) considerando os eixos temáticos dos elementos provocadores,  conhecimento prévio dos discentes, seus valores, concepção de mundo e diferentes ritmos de aprendizagem; as relações de pertencimento cultural (identificação social, étnico racial, de gênero, etária, religiosa e de origem), além de contemplar ações de acolhimento, integração/inclusão, apoio pedagógico e assistência estudantil.
O alinhamento do PPC Referência contempla  um novo olhar de planejamento, execução, acompanhamento, avaliação/simulados, feedback e observatório. As ações e atividades se fundamentam na preparação para o Celpe Bras com simulados, fóruns avaliativos, tira-dúvidas, rodas de conversa, projetos integradores e eventos para promover a troca de saberes, a descoberta de talentos e a saúde  mental.  
Palavras-chave: PPC Referência. PEC-PLE. Celpe Bras.  Internacionalização em Casa. 
Mônica Maria Montenegro de Oliveira
monica.oliveira@ifpb.edu.br - monicammo@gmail.com
Alcione Soares dos Reis
alcionepb2016@gmail.com
Jailsom Fernandes Rodrigues
jailsom7@gmail.com
Rosicleia Araújo Monteiro
rosicleia.monteiro@ifpb.edu.br

In 2025, Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G) will celebrate its 60th anniversary.
Established during the early years of the military governments, its aim was to bring to Brazil young people from less developed countries for higher education and to take knowledge, science and technology back to their countries of origin.
This presentation aims to show the importance of PEC-G to UFSM for the last 18 years, the implementation of Programa Estudantes-Convênio de Português como Língua Estrangeira (PEC-PLE) classes in 2024 and projections from 2025 onwards.